Fonoaudióloga destaca papel do profissional na UTI

11/10/2018

Na terça-feira, dia nove de outubro, os alunos do Curso para Residentes e Especializandos em Terapia Intensiva (Cremi) participaram da aula “Quando encaminhar para o fonoaudiólogo e Protocolo de decanulação”, integrante do módulo Infecções e ministrada pela fonoaudióloga Luiza do Carmo Costa. Os alunos aprenderam mais sobre a importância da interdisciplinaridade dentro das UTIs e do papel do fonoaudiólogo nesses ambientes, sobretudo em casos de disfagia, assim como a intervenção desse profissional é capaz de reduzir custos e o tempo de permanência do paciente em hospitais.

Costa iniciou o módulo destacando a relevância do fonoaudiólogo, profissional de saúde que, nos últimos anos, passou a integrar a equipe hospitalar, assim como reforçou a integração desse profissional com os demais que compõem a equipe dos CTIs, o que contribui com a tomada de decisões em conjunto e com a qualidade de vida do paciente, otimizando sua recuperação.

Um dos pontos que justificam a participação do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar, mais precisamente na Terapia Intensiva, é a sua contribuição para a melhoria do quadro de disfagia, distúrbio que dificulta ou impede a ingestão segura, eficiente e confortável de qualquer consistência salivar ou alimentar. Quando não é bem administrada, a disfagia pode gerar complicações como desnutrição, desidratação, emagrecimento, pneumonia aspirativa e até mesmo o óbito.

“O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para a avaliação, prevenção e reabilitação dos distúrbios de voz, fala e deglutição dentro da Terapia Intensiva”, afirma Luiza, destacando que as alterações fonoaudiológicas são decorrentes de doença de base congênita ou adquirida, permanente ou transitória. “O nosso objetivo é fazer com que o paciente se alimente bem, o mais rápido e da forma mais segura e, assim, recupere o prazer de comer e melhore sua qualidade de vida dentro da Terapia Intensiva”.

Classicamente, as doenças neurológicas são as que mais demandam a atuação do fonoaudiólogo, a exemplo de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), traumatismos cranianos e doenças neurodegenerativas, além de cardiopatias, Parkinson, Alzheimer e pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica, dentre outros casos.

“Aqueles pacientes que foram submetidos à entubação prolongada ou que ficaram em ventilação mecânica por muito tempo são pacientes que vão demandar atendimento fonoaudiológico em decorrência das alterações propiciadas por esse tratamento”, explica. “O trabalho do fonoaudiólogo também visa melhorar a linguagem do paciente e permitir que ele se comunique melhor com a equipe, relatando suas dores, incômodos e queixas, o que é muito eficaz”.

Outro ponto destacado por Costa durante a aula é o alto custo individual que o paciente que sofre com pneumonia aspirativa gera aos hospitais: aproximadamente U$ 10 mil dólares, sem falar na permanência de sete dias no hospital. A intervenção do fonoaudiólogo contribui para reduzir esses custos.

Em suma, a atuação do fonoaudiólogo na UTI justifica-se pela orientação que esse profissional dá sobre o início da ingestão oral; pela contribuição para o desmame da ventilação/traqueostomia reduzir o tempo em cuidados intensivos; orientações sobre adequação postural, medicações e consistência dos alimentos e, por fim, a necessidade de colocação de via alternativa.