Jornadas promovem atualização

31/10/2017

Dias 27 e 28 de outubro (2017) aconteceu em Uberaba a 11ª Jornada de Integração Somiti. O evento realizado juntamente com o 7ª Jornada de Integração da Abramede-MG - Regional Triângulo Mineiro é uma iniciativa da Somiti e Abramede MG. O encontro reuniu profisisonais que atuam na terapia intensiva, emergência e acadêmicos, que atualizaram seus conhecimentos. O tema central foi ‘A linha do cuidado do paciente crítico da emergência até a UTI’.

Para o presidente da Somiti, Hugo Urbano, o evento conscientiza sobre a importância de um bom atendimento e da capacitação dos profissionais da área. "O nosso objetivo é salvar vidas por meio do ensino. Ao propagar conhecimentos atuais e que podem ser aplicados no dia a dia, o paciente crítico é melhor acompanhado, desde a entrada na emergência até sua transferência para as unidades fechadas, o que vai refletir na segurança assistencial." A presidente da Abramede MG, Maria Aparecida Braga, afirma que o papel das entidades é integrar os profissionais e ampliar suas chances de desenvolvimento e segurança para atuar frente às emergências

O representante da Somiti em Uberlândia, Gutemberg Lavoisier da Cruz, conta que as Jornadas são um compromisso com a qualidade da assistência no estado, uma ação de vanguarda, com temas relevantes para a qualidade de vida do paciente que é acometido com uma doença grave. “O indivíduo que inesperadamente sofre um acidente ou tem uma enfermidade que altera sua rotina, tem mais chances de complicações ou óbito. Ele está extremamente vulnerável e dependente do sistema. Entendemos, portanto, que o cuidado precoce é essencial.” Cruz alerta que o serviço de emergência do país é composto por médicos dependentes da Unidade de Terapia Intensiva. Ele relata que na chegada do paciente o emergencista busca de imediato a transferência para a UTI, acreditando que assim ele terá todo o atendimento necessário. “Na sala de emergência, enquanto todos aguardam, surgem mais dificuldades: conflitos com familiares, frustração dos acompanhantes e equipe médica e lotação das salas de emergência.” O especialista pondera que o encontro mostrou justamente o contrário, que o atendimento começa na porta de entrada e que é possível prestar uma assistência de qualidade, mesmo com poucos insumos. Assim, quando for transferido para o CTI, estará tratado e com melhor expectativa de sucesso. A linha de cuidado, no entanto, segundo Cruz, continua até a sua alta e o restabelecimento para a sociedade.

Na programação as Jornadas trouxeram temas de altíssima relevância como o impacto do primeiro atendimento e os cuidados do paciente neurocrítico, manejo da pressão intracraniana: aspectos médicos e de enfermagem, hemotransfusão, ventilação mecânica, abordagem da tentativa de auto-extermínio na sala de emergência e muitas outras situações presentes no dia a dia do profissional. “O evento ofereceu conteúdo científico atualizado no mundo, orientando como proceder desde o início, trazendo mais qualidade, segurança do paciente, tranquilidade dos familiares e equipe e confiança da comunidade no serviço de emergência. Resumindo, as Jornadas trazem conhecimentos teóricos, habilidades práticas e capacidade de tomada de decisão adequada”, conclui o intensivista.

 

Estudo mineiro tem relevância internacional

 

O intensivista, doutor em medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Hudson Henrique Gomes Pires, participará, no sábado (28), da mesa redonda ‘Unidades Críticas – condições de trabalho e qualidade assistencial’ e como moderador da palestra ‘Gerenciamento das Urgências e Emergências’. Pires apresentou, durante o 25º Congresso Anual de Medicina Intensiva da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (ESICM), de 13 a 17 de outubro, em Portugal, ‘Fatores prognósticos e estratégias de gerenciamento de fluxo nos pacientes sépticos’.

O estudo mostra os resultados de um sistema de priorização de vagas em terapia intensiva, no que diz respeito a morbidade, mortalidade, melhoria do acesso dos paciente a UTI e a agilidade do acesso dos pacientes a UTI. Isto foi analisado para todos os pacientes e de maneira específica para os pacientes sépticos. Este sistema foi idealizado na Unidade de Emergência do Hospital de Clínicas da USP e o trabalho foi realizado por Pìres, pelo professor Antônio Pazin Filho, da USP, e pelo professor Fábio Neves, da Faculdade Medicina da Universidade de São Carlos.

De acordo com Pires, o sistema está sendo aplicado na prática no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba, onde leciona, e mostra resultados excelentes no acesso dos pacientes à UTI, com diminuição de mortalidade e um acesso mais rápido dos pacientes à UTI. “Os resultados mostram sua eficiência e a Sociedade Americana de Terapia Intensiva criou um sistema de priorização bastante semelhante."

Sobre as Jornadas, Pires afirma que proporciona a troca de experiências, aumento do conhecimento, o que leva a prática de uma medicina de melhor qualidade, culminando com melhores cuidados aos nossos pacientes. “É a chance dos intensivistas de nossa região se encontrarem, trocarem experiências e aprenderem juntos, para que possamos levar aos nossos pacientes a prática de uma medicina intensiva de alta qualidade.”

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